Recuperação da saúde auditiva é arma no combate à depressão

Você sabia que a utilização de aparelhos auditivos tem auxiliado idosas a sair da depressão? É o que aponta a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – com base em um estudo com 40 idosos de idade superior a 65 atendidos em seu Ambulatório de Saúde Auditiva.

De acordo com a pesquisa, mulheres idosas que – antes de utilizar as próteses – alegavam sentir-se vazias, frequentemente aborrecidas, sem energia ou esperança, passaram a não apresentar a mesma queixa após passar a usar os aparelhos.

Obviamente, o critério de recrutamento atrelava depressão com presbiacusia e indicação para uso de aparelhos auditivos – a fim de investigar se havia relação entre uma doença e outra.

Para a fonoudióloga e autora do estudo, Virgínia Chaves Paiva de Queiroz, o material colhido deve servir de base de orientação para que profissionais de saúde insistam a importância das próteses auditivas e forneçam o suporte necessário no período inicial a fim de que os pacientes não as abandonem antes da completa adaptação.

 

Relação de perda auditiva e depressão é confirmada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)

Segundo a OMS, um terço das pessoas acima de 65 anos têm dificuldades para ouvir. Achou muito? A principal organização de saúde do mundo aponta que entre o público de 75 anos ou mais esse percentual salta para 50%.

Pensando nisso, a OMS alertou todos os profissionais da saúde auditiva para o fato de que problemas nessa área possuem um impacto direto na saúde emocional do idoso.

Isso porque o fato dele não ouvir bem faz com que ele acaba se isolando com o objetivo de não se ver constrangido por alguma situação. A depender da gravidade do problema, a pessoa idosa evita a convivência até mesmo com seus familiares – o que acaba, por consequência, ocasionando quadros depressivos.

Reforçando a relação identificada por Unicamp e OMS, um estudo realizado pela Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos, revelou que entre idosos com perda auditiva não tratada – 57% estavam mais suscetíveis à depressão.

Diante de todos esses estudos, é fundamental que – assim que surjam sintomas e, posteriormente, seja diagnosticado o problema auditivo de fato – os familiares apoiem o idoso na introdução aos aparelhos auditivos.

Cada dia mais modernos, eles são capazes de devolver a alegria e o prazer da comunicação às pessoas – sem os outrora temidos efeitos colaterais como zunidos ou desconforto estético.

Mais que saúde pela saúde, uma audição bem apurada é fundamental para a qualidade de vida de qualquer cidadão.

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